Era uma vez um menininho órfão. Ele não foi um garoto convencional. Nunca reclamou da escola, pois nao teve oportunidade de estudos como muitas outras crianças tiveram. Precisou aprender cedo o quanto vale um pedaço de pão. Mas isto não o impediu de ser genial...

Quando jovem, trabalhou ajudando um fotografo de sua cidade. Naquela época, as máquinas fotográficas ainda eram cobertas por um pano preto e a luz do flash era produzida por uma reação química com magnésio. Um dia José apertou a mão do fotógrafo com quem trabalhara e disse: "se eu quiser ser alguém na vida, preciso agora seguir o meu caminho."

José era um rapaz muito atraente, ele tinha expressivos olhos azuis que conquistaram o coração de uma jovem espanhola chamada Clóris. Os dois logo se casaram e o amor os possibilitou vencer muitas lutas.
Foi com muito trabalho, muitas horas trancado em um laboratório sob a luz vermelha revelando as fotos, que José conseguiu sustentar sua esposa e os cinco filhos que tiveram. Alias, ele sempre foi um trabalhador assíduo, dedicado em tudo o que fazia. Isso o possibilitou se tornar um excelente fotógrafo e ensinar esta arte também a seus três filhos homens.


Sempre foi um amante da música. Ele se sentava no final das tardes ao som de sua vitrola ou ligando algum dos seus muitos rádios - ele tinha uma curiosa coleção deles. Gostava de sintonizar emissoras de outros países, escutar programas em outros idiomas...

Com seus 90 anos de vida passados, histórias não lhe faltavam a contar. Um dia porém, já cansado, ele disse que queria voltar para a sua casa. O Senhor então, lhe atendeu a mais esse pedido e o tomou para si.

1921-2012
Sentiremos sempre saudades