E quando as coisas não vão tao bem assim...

Depois de trens, aviões e muito chacolejar, no dia seguinte eu amanheci com um pouco de febre.
As meninas foram passear pela cidade e eu  precisei ficar de repouso... em Londres.
Depois de uma certa hora, tomada por um  tédio incessante, juntei as forças para conseguir dar uma voltinha lá fora, apenas alguns quarteirões depois do hotel, no sentido oposto ao centro da cidade.
Ao primeiro olhar, aquele bairro não me parecia o local mais turístico já visto. Tudo o que eu via era uma infinidade de imigrantes.

- Where are you from? - perguntei para um indiano que trabalhava na bilheteria.
- Me? I am britain!  - respondeu ele...

Andando sozinha por esse lugar aparentemente não muito amistoso (nada contra os indianos, africanos ou árabes), fiz questão de manter a minha câmera guardadinha dentro da bolsa. Por isso, infelizmente não tem foto...
Achei um cafezinho simpático em uma esquina e me sentei para comer. Na mesa ao lado, senta-se um grupo de rappers, bastante tatuados e com as orelhas estouradas (para bom entendedor, isso significa briga de rua). Um deles me olhava com tanta frequência que isso me incomodou de maneira extrema. Sabe aquele tipo de incomodo quando alguém está te observando a ponto de te deixar completamente atrapalhada? Pois eu estava tao sem jeito que acabei dando um espirro, derrubei os talheres pelo chão e o molho de tomate espirrou por uma certa distancia ao meu redor. Depois dessa, me levantei, paguei a conta e fui me arrastando de volta para o hotel. Ainda tive que ouvir a garçonete dizer: take care!
Agora entra uma parte bastante pessoal minha, algo mais do que turismo e engenharia, vou dizer um pouco sobre a minha fé. Não gostaria de entrar em choque com ninguém, muito menos ofender aqueles que leem essas linhas, antes apenas compartilhar das coisas que eu acredito. Eu sou cristã. Aquela situação de lá estar com febre e sozinha me foi uma oportunidade de estar por algum tempo a sós com Deus. Ao voltar para o hotel, me senti um tanto frustrada, por não poder usufruir daquele passeio da forma como havia planejado. Sentei-me por alguns minutos e comecei a cantar das músicas que antigamente tocavam na minha igreja no Brasil. Foram momentos muito agradáveis. Depois disto, não me senti mais sozinha e a febre não voltou mais a me incomodar. Como é bom sentir a companhia que quem mais me ama...