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21 de outubro de 2012

Das chatices da vida adulta

Acontece que, em um certo ponto, nos esquecemos de quão simples a vida pode ser.

Desde quando deixamos de correr simplesmente para alcançar as coisas que gostamos?
Correr para pegar um sorvete no congelador,
correr para a mesa do almoço,
correr para um abraco,
correr e dar um pulo na piscina,
correr...
correr sorrindo.

Na verdade ainda hoje corremos muito, mas em uma direção que as vezes nao queremos ir.
Corremos para nao perder o trem,
corremos para terminar um relatório,
corremos antes que o banco feche...
Corremos sem muito pensar no destino imediato para o qual estamos nos locomovendo.
Corremos apenas para poupar tempo.

Ah, o tempo...
Que antes parecia nao existir.
Hoje nos mantem cativos em celas feitas de horas e minutos.
Logo de manha, seu carcereiro chamado relógio vem nos direcionar.
Em duas horas você terá uma reunião 
- diz ele, contabilizando minuciosamente cada segundo de nossa existência.
O que era um conceito quase completamente incompreendido, agora nos atrapalha o sono e o alimento.

Pois comer com pressa nao pode ser um prazer.
Alias, nos tornamos incapazes de comer algo sem antes pensar no excesso de açúcar, gorduras saturadas, glúten, sódio... É mesmo tao difícil sentar e apreciar uma grande porcão de batatas fritas?

Nao entendo foi parar o verdadeiro prazer.
parece que agora ele sempre vem acompanhado de uma pequena quantidade de culpa.
E para se livrar essa culpa, é preciso sempre um grande esforço.
Sim, posso tirar férias, afinal, trabalhei tao duro o ano todo. 
Vou compensar trabalhando algumas horas a mais quando voltar. 

A compensação é apenas uma tentativa frustrada de se alcançar a perfeição.
E porque ser perfeito?
Porque nao ser simplesmente aquilo que sou?

... e quando penso na infância, é inevitável afirmar que eramos livres, felizes, e nao sabíamos disso!

10 comentários:

  1. Oi Anna!!!

    Realmente, é inevitável ! Eu era feliz e nem sabia... Melhor, eu sabia. Mas nao tinha ideia de que iria sentir tanta falta dos dias de infância , quando as coisas eram mais leves.

    Beijos

    Selma

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  2. Não consigo entender por que corremos tanto no dia a dia..Bjs. Sandra

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  3. Ahh a culpa! A compensação! Cadê o sabor do prazer gratuito, sem ter que dar nada em troca?

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  4. Adorei esse seu texto... você falou TUDO...
    Ser adulto é isso aí...
    beijos flor e boa semana para você...

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  5. Crescer tem tantos inconvenientes né?! Adorei o post!! Bjss

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  6. Se a gente corre demais somos chamados de stressados, se fazemos as coisas no tempo certo somos chamados de preguiçosos e até acomodados.
    Enfim como vc escreveu bom mesmo é ser criança!!
    Um abraço

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  7. É exatamente isso... Correr sem nem querer correr... Que triste né??
    Vontade de ser criança de novo e fazer careta para o relógio, para o patrão, para a louça na pia e a panela no fogão!!
    Beijinho!!

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  8. A nostalgia faz parte de nossas vidas, Engenheira... concordo com você, as crianças são livres e felizes, mas querem se tornar adultas por pensarem que os adultos são assim... quando crescem, descobrem que a vida não é bem assim e que chato não é ser criança, chato é ser adulto. beijos e tudo de bom!

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  9. É... O meu filho me enriquece com uma liberdade que eu já não tenho mais... E, por muitas e muitas vezes eu até choro vendo-o dormir e sabendo que um dia, inevitavelmente, ele vai crescer. Então, que consiga guardar muito dessa criança linda dentro dele.
    Abraço e obrigada pelo belo texto.
    Cinthya
    http://odivaadellas.blogspot.com

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